Não é não e ponto final. Roda de conversa aborda o posicionamento feminino em grandes eventos
9 de fevereiro, 2024
Não é não! É uma pena que estejamos em 2024 e esta frase ainda precise ser repetida.
O Instituto Positiva Social e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha, através da Coordenação de Serviço Social, realizaram no dia 07 de fevereiro, no auditório do Hospital Estadual Getúlio Vargas, uma Roda de conversa com o tema “O posicionamento feminino em grandes eventos”. A ação visa alertar o público feminino sobre a importância da denúncia contra o assédio e a importunação sexual contra as mulheres e meninas no período de carnaval e em outras festividades e, também, objetiva conscientizar os colaboradores sobre as implicações legais, além das sanções judiciais decorrentes da prática criminosa cometida contra elas.
É importante ressaltar que a Lei nº 13.718, de 24 de setembro de 2018, tornou crime a importunação sexual. Com isso, as famosas “passadas de mão” e o “tudo é permitido” são combatidos e criminaliza a divulgação de cena de estupro, conforme o artigo 218-C, informando ainda sobre os casos que devem ocorrer o aumento da pena e a exclusão de ilicitude.
Durante a Roda de conversa, a coordenadora de serviço social Kelly Cristina Ferreira abordou diversos aspectos da violência contra a mulher, incluindo os tipos, como a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral; o ciclo da violência e métodos de identificação. Ela, também, destacou a importância das Medidas Protetivas de Urgência, a necessidade de denunciar e a rede de proteção para mulheres vítimas de violência, além explicar a importância de a conversa ocorrer para os colaboradores de um hospital, por desempenharem um papel crucial no atendimento e na recuperação de vítimas de violência doméstica.
“Levando em consideração que o HEGV é um hospital de emergência e atende, em média, quase 400 mulheres ao ano, vítimas de violência doméstica e intrafamiliar, precisamos sensibilizar nossos colaboradores para um atendimento qualificado e, também, para que sejam multiplicadores da ideia de que não se bate em mulher. É importante que todos os funcionários conheçam os protocolos que dizem respeito à proteção integral à mulher, dentro e fora da unidade”, afirmou Kelly Cristina.
A violência contra as mulheres é um problema global que afeta todas as esferas da sociedade. Seu combate exige um esforço conjunto de instituições públicas e privadas, além da conscientização da população em geral. Nesse contexto, a Roda de conversa ganha relevância proporcionando um espaço de diálogo e ações concretas, para erradicar esse tipo de violência.
Medidas de prevenção: mesmo com a tipificação de crime e ações governamentais para acolhimento às vítimas, algumas dicas podem ajudar a se proteger no carnaval:
– Cuidado com os golpes da bebida: não aceite bebidas de estranhos e não deixe seu copo sozinho na mesa. Essas medidas impedem que os abusadores coloquem qualquer tipo de substância que possa deixar a vítima desorientada e assim facilitar o abuso.
– Apito: tenha em mãos um apito e uma caneta marca texto preta, para riscar um “X” (símbolo de socorro) na palma da mão e deixar visível, caso precise. Estas técnicas já ajudaram muitas mulheres a se livrar de situações de risco.
– Mantenha contato com seu grupo de amigos: antes de sair, crie um grupo com os amigos que estarão com você. Caso se perca deles ou precise de ajuda, contate-os pelo grupo. Vale ainda marcar um ponto de referência, de preferência, que seja movimentado. Evite ficar sozinha. Mesmo em meio à multidão, você será um alvo fácil, principalmente para pessoas sob efeito de álcool/drogas. Ao se sentir perseguida ou em situação vulnerável, busque um policial próximo ou entre em um estabelecimento.
– Cuidado com o celular e pertences: além de cuidar de sua integridade física, cuide também de seus pertences. Leve o mínimo possível para a folia. Guarde seu celular em uma ‘doleira’, por baixo da roupa, assim como a cópia da sua identidade e o dinheiro. Evite pagar por PIX e delete todos os aplicativos de banco. Além da violência sexual, os abusadores podem roubar a vítima também.
– Atenção no transporte público: na volta para casa, seja de metrô ou ônibus, procure sentar-se perto do motorista ou de outras pessoas, principalmente se for tarde da noite. Evite ficar isolada e dormir no banco. Se estiver de carro, certifique-se de que não há ninguém próximo ao ir embora. Também evite estacionar em ruas desertas.
“Não é não é para todos os dias, independente de data festiva. Se necessário, é possível contar com a Central de atendimento à Mulher, através do telefone 180, ou realizar denúncias em qualquer delegacia próxima ao local do ocorrido e a denúncia pode ser registrada anonimamente”, finalizou a assistente social.
Fontes: Agência Brasil, Revista Marie Claire, Presidência da República – Casa Civil – Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos e Coordenação de Serviço Social do Complexo Estadual de Saúde da Penha. Fotos: Positiva.