As cores de julho na prevenção de doenças
15 de julho, 2022
No calendário de lutas, estratégia de comunicação e conscientização da prevenção e do combate a doenças, chegamos ao sétimo mês do ano, que elegeu duas cores para servir de alerta à população sobre questões de saúde: verde e amarelo.
Julho é verde! Verde esperança, a cor da confiança de que é possível mudar, por exemplo, situações que podem ser desfavoráveis à saúde. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) intensifica, no Julho Verde, suas ações de conscientização a respeito da importância da detecção precoce desse tipo de câncer, que pode alcançar até 90% de cura se tratado precocemente. O objetivo da Campanha, que tem o seu auge no dia 27, data que lembra o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, é dar foco à doença que responde por dez mil mortes por ano e estimular a população sobre a importância do diagnóstico precoce.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de cabeça e pescoço é o nono tipo de câncer mais comum no mundo. Os tumores, que estão relacionados ao tabagismo e ao consumo de bebidas alcoólicas, surgem em regiões como boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, seios paranasais, cavidade nasal, glândulas salivares, ossos da face, tireoide e pele (couro cabeludo, face ou pescoço). Outros fatores de risco associados são a má higiene dental e oral, refluxo gastroesofágico e infecções pelo papilomavírus humano (HPV) e vírus Epstein-Barr (EBV).
Emagrecimento rápido e inexplicável, dificuldades para engolir, rouquidão prolongada e alteração na qualidade da voz, lesão na boca que não cicatriza e um nódulo persistente no pescoço podem ser indicativos de câncer de cabeça e pescoço. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.
O “Julho Amarelo” foi instituído no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais, doenças que atacam principalmente o fígado e, inicialmente, apresentam poucos sintomas, sendo chamadas de enfermidades “silenciosas”. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A Campanha tem seu ponto alto no dia 28, quando é celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites.
As hepatites virais causadas pelos vírus A, B e C são as mais identificadas em território brasileiro. Na região Norte do país é comum a incidência do vírus da hepatite D. O vírus da hepatite E é frequente na África e na Ásia. Uma grande parte da população é portadora do vírus das hepatites B ou C e desconhece o problema, o que pode agravar a doença, provocando cirrose ou câncer.
Além de regularmente consultar um médico e fazer os exames de rotina, o ideal é manter as vacinas para hepatite A e B em dia. Quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D. Ainda não existe vacina para a hepatite C, porém o paciente pode realizar o tratamento, cujo índice de cura é superior a 90%.
Outra ação também do Julho Amarelo é a que visa à conscientização da população sobre o câncer nos ossos e a importância do diagnóstico precoce para um tratamento eficaz e assertivo. O tumor ósseo é considerado raro e corresponde a 1% de todos os tipos de câncer. Tem sua origem na produção de células anormais no tecido ósseo ou se desenvolve em outro órgão e migra para o osso por meio da corrente sanguínea, o que se costuma chamar de metástase óssea. Esse tipo de câncer é muito agressivo e pode resultar em mutilações. Se diagnosticado precocemente e com tratamento adequado, as chances de cura são maiores.
Por ano, a Sociedade Brasileira de Cancerologia estima uma incidência de 2.700 casos novos da doença. Não há uma causa específica para o aparecimento do câncer ósseo, mas uma possibilidade baseia-se num erro no DNA de algumas células, fazendo com que se tenha uma mutação ou divisão celular de forma irregular. Cirurgia, quimioterapia e radioterapia estão entre as opções terapêuticas. As opções de tratamento devem ser individualizadas e discutidas multidisciplinarmente.
O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha apoiam o Julho Verde e o Julho Amarelo.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Agência Brasil, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Arte: IPCEP.