As cores da saúde de janeiro

26 de janeiro, 2024

Inspirado na sensação de olhar para o teto branco enquanto pensamos em desejos e projetos, o Janeiro Branco é uma campanha liderada por psicólogos e psiquiatras brasileiros para envolver a sociedade em uma discussão sobre a saúde mental. A campanha foi criada em 2014 pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão em um momento no qual o Brasil apresentava altos índices de transtornos de ansiedade entre a sua população. Em razão disso, logo a iniciativa conquistou amplo apoio, se tornando um movimento coletivo e anual. O mês de janeiro foi escolhido porque a chegada de cada ano é, tradicionalmente, um período de reflexões e conclusões (positivas e negativas), planejamentos e metas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o que apresenta a maior incidência de depressão da América Latina, impactando cerca de 12 milhões de pessoas. Estudos e pesquisas recentes chamam a atenção para o importante desafio que a humanidade não pode mais desprezar: é urgente a criação de uma cultura da saúde mental em meio a todas as relações das quais os seres humanos participam.

A cor verde piscina ganha destaque no mês de janeiro como parte da campanha que tem o objetivo de conscientizar e alertar a população feminina sobre a prevenção do câncer do colo do útero. Terceiro tumor mais frequente e a quarta causa de morte de mulheres no Brasil, todo ano, 5 mil pessoas do sexo feminino morrem vítimas do câncer do colo do útero no país.

O vírus HPV é a principal causa do câncer do colo do útero e é transmitido durante a relação sexual, no contato direto com pele ou mucosas infectadas. O uso de preservativo ajuda a diminuir o risco de contaminação e exames de rotina são capazes de rastrear lesões iniciais. Mas a prevenção mais efetiva é se vacinar contra o HPV. A vacina está disponível na rede pública e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos, de 11 a 14. São necessárias duas doses. A falta de informação é o principal motivo da procura tão pequena pela vacina contra o HPV, principalmente na segunda dose. Homens e mulheres adultos também podem se vacinar, mas em clínicas particulares.

O diagnóstico compreende a realização de exames como citopatologia (estudo das células do organismo com auxílio de microscópio, chamado de exame Papanicolau), colposcopia (exame feito com auxílio de um colposcópio, que amplia o órgão de 4 a 50 vezes, com o objetivo de procurar alterações no epitélio que recobre a vulva, vagina e o colo do útero) e biópsia (procedimento no qual se colhe uma amostra de tecido da região a ser analisada por um médico patologista).

O câncer do colo do útero tem cura, especialmente quando ele é diagnosticado e tratado precocemente, ainda em suas fases iniciais.

Já o Janeiro Roxo propõe conscientização sobre a Hanseníase. No último domingo do mês de janeiro é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase. Durante todo o mês, ações chamam a atenção da população e de profissionais de saúde para os sinais e sintomas e alertam para a importância do diagnóstico precoce, tratamento oportuno e ações de controle da doença. O combate ao estigma e à discriminação também faz parte das ações do Dia Mundial. Por isso, nesta celebração, é importante lembrar que a enfermidade, marcada por um passado triste de discriminação e isolamento de pacientes, possui tratamento eficaz e pode ser curada.

A hanseníase é transmitida por meio de tosse ou espirro, pelo convívio prolongado com uma pessoa doente sem tratamento. Ou seja, não se pega a doença imediatamente ao ter contato com uma pessoa doente ou em tratamento.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em unidades básicas de saúde e centros de referências.

O Instituto Positiva Social e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha apoiam todas as campanhas de saúde do mês de janeiro.

Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), janeirobranco.com.br, Portal Fato Real, Centro de Valorização da Vida (CVV), Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), Instituto Nacional de Câncer (INCA), Instituto Oncoguia, Agência Brasil, ONU News, Ministério da Saúde – Biblioteca Virtual em Saúde e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Arte: Positiva.