Capacitação para aprimorar atendimento às vítimas de violência
11 de novembro, 2022
A violência no Brasil representa um problema de saúde pública de grande relevância, pois provoca forte impacto na morbimortalidade da população. Pesquisas que datam dos anos 1980 afirmam que a violência é um fenômeno construído socialmente e que pode ser prevenido. Contudo, no Brasil, os indicadores de violência têm crescido em todos os recortes populacionais abordados pelas mais recentes pesquisas.
Gestores e profissionais de saúde, administrativos e de apoio dos hospitais, institutos e maternidades da rede própria da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) participaram, no dia 09 de novembro, da oficina de capacitação para o atendimento às pessoas em situação de violência, promovido pelo Núcleo Estadual de Saúde para Prevenção e Atenção às Violências (NESPAV).
O evento, que contou com a presença de colaboradores do Complexo Estadual de Saúde da Penha, oportunizou aos participantes reflexões sobre a importância do acolhimento aos usuários em situação de violência, sensibilizando-os para identificação desses casos nas rotinas de trabalho do Hospital Estadual Getúlio Vargas e UPA Penha 24h, bem como, ressaltou a importância de realizar as notificações.
Conforme o Protocolo de Atendimento às Pessoas em Situação de Violência, da SES-RJ, o processo de acolhimento das pessoas em situação de violência deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar composta minimamente por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo e assistente social, não inviabilizando o atendimento em situação de falta de um ou mais profissionais na equipe. Para isso, todos os profissionais devem conhecer as ações e serviços disponíveis oferecidos, não só na unidade, mas em toda a rede de atenção à saúde, bem como outros setores envolvidos no cuidado às pessoas em situação de violência.
A ética e a confidencialidade são atributos desses profissionais e devem permear todos os locais e momentos do processo de produção do cuidado, desde o acolhimento até o final do atendimento.
A Coordenadora de Serviço Social, Kelly Cristina Ferreira, falou da importância desses encontros para o dia a dia dos profissionais que atuam nas unidades do SUS. “A violência doméstica é uma questão multifacetada, com diversos atravessamentos, uma questão de saúde pública. Os serviços de saúde desempenham especial função na garantia dos direitos humanos. Para tanto, é vital a constante capacitação profissional, cumprimento de rotinas e protocolos, atuação com empatia, encaminhamentos pertinentes à rede especializada e articulação com as políticas públicas territoriais. O trabalho lúdico realizado no HEGV busca ofertar reflexões acerca do fazer profissional, almejando que não ocorra revitimização da mulher, que o conhecimento seja propagado e o debate ampliado. A luta é de todos nós. Salvar a mulher é a nossa meta”, enfatiza a Assistente Social.
Para o IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha, o atendimento humanizado a pacientes vítimas de violência visa promover a segurança, o respeito e o acolhimento aos usuários em suas necessidades individuais e coletivas. As unidades contam com uma equipe de alta qualidade para atender os mais variados diagnósticos, que consegue identificar os casos de violência com clareza e, conforme exigência legal, notificar às autoridades competentes.
Fontes: Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Protocolo de Atendimento às Pessoas em Situação de Violência da SES-RJ, Ministério da Saúde – Norma Técnica para a Atenção Humanizada às Pessoas em Situação de Violência Sexual com Registro de Informações e Coleta de Vestígios e Coordenação de Serviço Social do Complexo Estadual de Saúde da Penha. Foto: IPCEP.