As cores de agosto na prevenção de doenças
8 de agosto, 2022
No calendário de lutas, estratégia de comunicação e conscientização da prevenção e do combate a doenças, chegamos ao oitavo mês do ano, que elegeu quatro cores para servir de alerta à população sobre questões de saúde: dourado, branco, verde claro e laranja.
Dourado
Considerado alimento de ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno tem, no Brasil, instituído pela Lei 13.435/2017, o mês de agosto dedicado à conscientização sobre temas relacionados à amamentação. Conhecido como “Agosto Dourado”, a Campanha se junta à Semana Mundial de Aleitamento Materno, de 1º até o dia 07 de agosto, criada pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, na sigla em inglês), que todos os anos define um lema a ser trabalhado em cerca de 120 países. Neste ano, a WABA selecionou “Fortalecer a amamentação: educando e apoiando”, com o objetivo de estimular, promover e apoiar o aleitamento materno em todos os níveis da sociedade.
A temática escolhida está relacionada à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, um plano de ação com 17 objetivos e 169 metas para cessar a pobreza e impulsionar a economia, sem destruição da natureza, e vida digna para todos.
O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha se juntam à comunidade global no estímulo e apoio às medidas que promovam e protejam o direito ao aleitamento materno, a razão de termos crianças mais saudáveis. O leite materno ajuda no desenvolvimento da criança, protege sua saúde, supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses de idade, mata a sede e provê a primeira proteção imunológica ao recém-nascido.
Branco
O câncer de pulmão é um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de células malignas. Este tumor maligno, que pode se apresentar desde a traqueia até a periferia do pulmão, é uma das principais causas de morte entre as neoplasias no Brasil.
A maioria das estatísticas sobre câncer de pulmão inclui dois tipos: o câncer de pulmão de pequenas células e o câncer de pulmão de não pequenas células. Em geral, cerca de 15% de todos os cânceres de pulmão são de pequenas células e 85% são de não pequenas células.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 30.200 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio (17.760 em homens e 12.440 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,99 casos novos a cada 100 mil homens e 11,56 para cada 100 mil mulheres.
Verde Claro
Campanha instituída pela Organização Mundial da Saúde com o intuito de alertar a população sobre a importância de um diagnóstico precoce e o devido tratamento sobre os linfomas, um grupo de neoplasias originadas no sistema linfático, uma rede de vasos, órgãos e gânglios do nosso corpo, encarregado de distribuir as células de defesa por todo o organismo contra bactérias, vírus e fungos. O linfoma ocorre quando acontece uma transformação maligna das células, que crescem de forma descontrolada, causando aumento (massas ou tumorações) de órgãos que compõem o sistema linfático.
As duas versões da doença, linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH), atingem cerca de 15 mil brasileiros a cada ano e manifestam comportamentos clínicos, sinais e graus de agressividade diferentes. Em geral, são: surgimento de caroços (sem dor) na região do pescoço, axila e virilha; suor noturno intenso; febre, sem sinais de infecção; perda de peso, sem motivo conhecido; coceira; fraqueza progressiva; aumento do volume do baço ou aumento de volume abdominal; tosse, que não alivia e dura semanas; e dificuldade para respirar. Em caso de algum destes sintomas, é recomendável procurar um médico hematologista, profissional habilitado para a orientação, investigação e tratamento adequado que possibilitam a remissão completa e até mesmo a cura deste tipo de câncer.
Assim como em outras formas de câncer, a prevenção pode ser feita através de hábitos saudáveis, com exercício físico e dieta rica em verduras e frutas, e pobre em alimentos industrializados, e, também, evitar exposição a produtos químicos que podem ser cancerígenos a longo prazo.
Laranja
Doença progressiva e autoimune, com incidência maior nas mulheres, em especial, entre 20 e 40 anos, a esclerose múltipla tem na data 30 de agosto como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (EM), instituída pela Lei nº 11.303/2006. No Brasil, estudos mostram que existem cerca de 35 mil pessoas com a doença; no mundo, as estimativas apontam para 2,2 milhões de pessoas com EM.
De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), a EM começa com um processo de inflamação crônica, onde as células de defesa do organismo acometem o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Entre os sintomas, estão: cansaço, dores articulares, alterações na fala e deglutição, distúrbios visuais, perda da força muscular, alteração do equilíbrio, disfunção sexual, disfunção intestinal e da bexiga, alterações emocionais e cognitivas, depressão e ansiedade. Sem cura, a especialidade médica que diagnostica e trata a EM é a neurologia, que consiste em atenuar os efeitos e desacelerar a progressão da enfermidade, reduzindo o número de surtos, lesões e sequelas neurológicas.
Conhecer a doença, seus sinais e sintomas é fundamental para ter um diagnóstico e iniciar o tratamento e os cuidados adequados o quanto antes.
O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha – Hospital Estadual Getúlio Vargas e UPA Penha 24h apoiam as campanhas de agosto na prevenção de doenças.
Fontes: Ministério da Saúde, Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Revista Brasileira de Neurologia, Organização Mundial da Saúde (OMS), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), Observatório de Oncologia, Instituto Nacional de Câncer (INCA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA), Rede Internacional em Defesa do Direito de Alimentar (IBFAN), Plataforma Agenda 2030 e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Arte: IPCEP.