HEGV inaugura Jardim do Doador no Dia Nacional da Doação de Órgãos

6 de outubro, 2023

Para marcar o Dia Nacional do Doador de Órgãos, comemorado em 27 de setembro, o Hospital Estadual Getúlio Vargas realizou a inauguração do Jardim do Doador, um espaço onde cada muda representa um paciente que doou órgãos na unidade. A ação fez parte da programação em apoio à campanha Setembro Verde, mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos. A equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), responsável por identificar potenciais doadores e promover o suporte, recebeu os familiares no auditório para a programação que contou com apresentação do Coro do HEGV/UPA Penha, mesa redonda de profissionais da saúde e palestras da Dra. Amanda Dutra de Araújo, rotina médica do CTI neurocrítico do HEGV, e dos Drs. Raphael Rodrigues Correa e Eduardo Pinho Braga, médicos captadores e transplantadores do Hospital São Lucas Copacabana, no Rio de Janeiro. O Jardim do Doador conta com o grafite temático do artista plástico e pedagogo Wagner Trancoso, o “grafiteiro do BRT”.

A diretora técnica ressalta a importância do diálogo aberto sobre o assunto. “É fundamental que as pessoas se conscientizem sobre a importância da doação de órgãos, e uma conversa aberta com os familiares é capaz de mudar a vida de alguém. O Jardim do Doador representa um agradecimento às famílias de cada um dos doadores que nos permitem salvar vidas e devolver qualidade de vida a tantos pacientes. Sem eles, não teria sido possível mudar a vida de tantas pessoas”, afirma Dra. Flavia Nobre.

“Nós pensamos em algo como forma de valorizar e agradecer a nobreza dessas pessoas que autorizaram a doação. Uma forma de simbolizar esse renascimento e o amor desses familiares”, destacou Patrícia de Oliveira Lamiz, enfermeira da CIHDOTT.

Nos transplantes de órgãos, a logística é iniciada quando a morte do potencial doador é constatada, sendo encerrada com a chegada do órgão doado ao receptor final. Uma equipe de cirurgiões e logística é responsável pela retirada, a conservação, a armazenagem e o transporte, para respeitar o limite de tempo da isquemia de cada órgão. O tempo de duração do pulmão e do coração fora da circulação sanguínea, por exemplo, é de quatro horas; do fígado, 12 horas; e dos rins, 24 horas.

A falta de informação e o preconceito podem limitar o número de doações, impedindo que vidas sejam salvas. Para ser doador, basta conversar com os familiares e deixar bem clara a sua vontade. Um único doador pode beneficiar pelo menos 8 pessoas que aguardam na lista de espera por um transplante de órgãos e tecidos. Rins, pâncreas, córneas, válvulas cardíacas, intestino e/ou multivisceral, pele, osso, coração, esclera (o branco do olho), pulmão e fígado são possíveis de serem transplantados.

João Gabriel de Sá, coordenador médico dos CTIs, enfatiza a importância do respeito e da empatia no momento de conversar sobre a doação de órgãos e tecidos. “Estamos investindo cada vez mais na atualização dos nossos profissionais para proporcionar um acolhimento cada vez melhor para as famílias doadoras. Esse é um momento delicado e, para obtermos a autorização dos entes queridos, é essencial oferecer um serviço de acolhimento humanizado”, explica.

No País, mais de 66 mil pessoas aguardam na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) por órgãos. A posição da pessoa na fila depende de uma combinação de tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão. A fila é regulada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e independe de ser um paciente da rede pública ou privada. Os órgãos doados vão para pacientes que aguardam na fila nacional única, controlada pelo SNT.

O IPCEP e a Direção do Complexo Estadual de Saúde da Penha apoiam todas as ações que deem visibilidade ao Setembro Verde. Autorizar a doação de órgãos de alguém que amamos, mesmo em meio à dor da perda, é um gesto nobre e crucial que dá vida a outra pessoa. Só quem recebe um órgão, quem tem um amigo próximo ou mesmo familiar na fila de transplantes sabe o valor que esse ato tem.

 

Fonte: Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Complexo Estadual de Saúde da Penha. Fotos: IPCEP.

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